Nódulo na Tireoide: Quando Fazer Ultrassom de Novo?
- Dr Pedro Melo
- há 4 dias
- 2 min de leitura
Você descobriu um nódulo na tireoide? Fique tranquilo: isso é muito comum e, na maioria das vezes, não é câncer. Para saber quando fazer exames de acompanhamento, nós médicos usamos um sistema chamado ACR TI-RADS, que foi atualizado pela última vez em 2023, e com uma proposta de nova atualização em breve
O que é o ACR TI-RADS?
É uma ferramenta usada para avaliar o risco de câncer em nódulos da tireoide com base nas imagens do ultrassom. Cada nódulo recebe uma pontuação de risco (de TR1 a TR5), de acordo com suas características:
Composição (sólido, cístico, misto)
Ecogenicidade (se é escuro ou claro na imagem)
Forma (se é mais alto do que largo, por exemplo)
Margens (lisas ou irregulares)
Presença de microcalcificações
E como isso define o acompanhamento?
O tipo de seguimento por ultrassom depende da classificação do nódulo e do seu tamanho. Por exemplo:
TIRADS 1 (benigno)
Conduta: não precisa de seguimento.
Por quê? Sem risco de câncer.
TIRADS 2 (muito provavelmente benigno)
Conduta: não precisa de seguimento.
Por quê? Risco de câncer <2%.
TIRADS 3 (baixo risco)
Conduta:
Se o nódulo for ≥2,5 cm → considerar biópsia.
Se for menor → fazer ultrassom em 1, 3 e 5 anos.
Por quê? Risco de câncer é baixo (2–5%), mas vale observar.
TIRADS 4 (risco moderado)
Conduta:
Biópsia se for ≥1,5 cm.
Se menor → ultrassom em 1, 2 e 4 anos.
Por quê? Risco de 5–20%, então exige mais vigilância.
TIRADS 5 (alto risco)
Conduta:
Biópsia se ≥1 cm.
Se menor → ultrassom a cada ano por no mínimo 5 anos.
Por quê? Risco de câncer pode ser >20%.
⚠️ Importante: Se o nódulo crescer rapidamente ou mudar de características, houver história clínica ou familiar suspeita, o plano de seguimento pode ser ajustado, mesmo que ele seja pequeno.
Em resumo, nem todo nódulo precisa ser puncionado. O ultrassom periódico é uma forma segura, não invasiva e eficaz de acompanhar nódulos de risco baixo a moderado, evitando exames desnecessários e focando atenção onde realmente importa.
Por Dr Pedro Melo
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